China refuta comentários dos EUA sobre OMS e Taiwan de "distorção dos fatos"
2020-04-11 04:20
 

Beijing, 11 abr (Xinhua) -- O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, declarou na sexta-feira que os comentários "distorcidos" de um funcionário dos EUA sobre a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Taiwan foram politicamente motivados para transferir a culpa, e apenas prejudicarão a credibilidade, imagem e interesses dos Estados Unidos.

Ele pediu aos EUA que respeitem os fatos e a opinião pública internacional e se concentrem em controlar e prevenir a epidemia em seu país.

Zhao deu a declaração em resposta aos comentários feitos por um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA que na quinta-feira disse que os EUA estão "profundamente perturbados com o fato de as informações de Taiwan terem sido retidas da comunidade global de saúde, como refletido na declaração da OMS de 14 de janeiro de que não havia indicação de transmissão de humano para humano". A autoridade dos EUA também acusou a OMS de priorizar a política em vez da saúde pública, ação que custou tempo e vidas.

O novo coronavírus é ainda desconhecido para a humanidade, o que significa que um processo baseado na ciência é necessário para o entendimento gradual e o trabalho de pesquisa, disse Zhao.

Ele destacou que a OMS divulgou as informações oficiais o mais rápido possível, com base na confirmação da China, anunciada em 20 de janeiro, de que a doença era transmissível entre humanos e na visita de campo da equipe da OMS a Wuhan, realizada em 20 e 21 de janeiro.

"De fato, nenhum país ou organização responsável tirará conclusões sem evidências válidas e suficientes", afirmou ele.

Nas alegações dos EUA de que a comunidade internacional não conseguiu obter informações de Taiwan, o porta-voz disse não se tratar da verdade, porque depois que a epidemia eclodiu, a Comissão Nacional de Saúde da China informou a situação prontamente à região de Taiwan. Em meados de janeiro, especialistas de Taiwan fizeram uma visita de campo a Wuhan e conversaram com especialistas da parte continental.

Zhao comentou que os especialistas médicos de Taiwan expressaram sinceros agradecimentos à parte continental pela recepção. "Como as pessoas na região de Taiwan compartilham um vínculo de parentesco conosco, ninguém se importa mais com sua saúde e bem-estar do que o governo central chinês".

Ele ressaltou que, como a OMS é uma agência especializada da ONU composta por estados soberanos, a participação de Taiwan nas atividades da OMS e de outras organizações internacionais precisa ser organizada de maneira razoável e adequada após consultas através do Estreito sob o princípio de Uma Só China.

"Conforme o acordo alcançado entre a China e a OMS, houve arranjos adequados para a aplicação do Regulamento Sanitário Internacional na região de Taiwan." Taiwan pode obter informações oportunas sobre emergências globais de saúde pública divulgadas pela OMS e pode relatar suas informações de emergência de saúde pública à OMS também de forma oportuna.

Os especialistas em saúde de Taiwan podem participar das reuniões técnicas da OMS, e os especialistas da OMS podem visitar Taiwan para viagens de campo ou para fornecer assistência, caso necessário. Esses acordos garantem que Taiwan possa responder às emergências de saúde pública de maneira oportuna e eficaz, onde quer que essas situações ocorram, indicou Zhao.

Ele disse que desde o surto da COVID-19, a OMS tem mantido uma posição objetiva, científica e imparcial, cumprindo suas obrigações e envidando enormes esforços para promover a cooperação internacional e ajudar os países na resposta à pandemia, sendo amplamente reconhecida e altamente elogiada pela comunidade internacional.

"A China, como sempre, apoiará firmemente a OMS no cumprimento de seus deveres e na liderança da cooperação global contra a epidemia", afirmou.